Síndrome do Pânico (2)

Síndrome do Pânico: Entenda O Que É, Sintomas e Como Lidar

A Síndrome do Pânico é um tipo de Transtorno de Ansiedade que se manifesta através de ataques de pânico inesperados e recorrentes. Esses ataques são caracterizados por uma intensa sensação de medo ou desconforto, frequentemente acompanhados por sintomas físicos como palpitações, sudorese, tremores, falta de ar, podendo apresentar outros sintomas que não são tão abordados corriqueiramente. A natureza súbita e intensa desses ataques pode causar um impacto negativo na vida diária de quem sofre com essa condição.

Por isso, a importância de reconhecer os sinais e buscar ajuda para entender suas causas. Muitas pessoas que experimentam essas sensações são tomadas por medo de desenvolver outros problemas como cardíacos, ou outras condições médicas graves, o que torna a compreensão desse transtorno,  ainda mais importante.

Tratar a Síndrome do Pânico envolve uma abordagem com características variadas e peculiares, é que vai levar a uma intervenção precoce, assim como um plano de tratamento adequado para ajudar você a controlar os sintomas e melhorar significativamente sua qualidade de vida. Neste artigo, você vai aprender mais sobre como identificar a Síndrome e as opções de tratamento disponíveis.

 

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O que é Síndrome do Pânico?

A Síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade que se manifesta através de ataques de pânico recorrentes e inesperados. Esses ataques são episódios intensos de medo e desconforto que podem durar de alguns minutos até meia hora. A sensação é tão avassaladora que muitas pessoas acreditam estar tendo um ataque cardíaco ou perdendo o controle (o que geralmente ocorre)

Entender o que é a Síndrome do Pânico é o primeiro passo para reconhecer a necessidade de buscar ajuda profissional. Conhecer as características e os sintomas pode ajudar você a identificar se está sofrendo desse transtorno e como já dissemos, tomar medidas para encontrar um tratamento adequado.

Causas da Síndrome do Pânico

As causas da Síndrome do Pânico são complexas e podem envolver uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Não há uma causa única que explique o surgimento dos ataques de pânico, mas diversos elementos podem aumentar o risco de desenvolvimento desse transtorno.

  1. Genética: Há quem diga que se você tem um histórico familiar de transtornos de ansiedade ou Síndrome do Pânico, há uma maior probabilidade de desenvolver essa condição. 
  2. Eventos Estressantes: Experiências traumáticas, como a perda de um ente querido, divórcio ou problemas financeiros, podem desencadear ataques de pânico.
  3. Alterações Químicas no Cérebro: Desequilíbrios nos neurotransmissores, substâncias químicas responsáveis pela comunicação entre as células nervosas, podem estar associados ao surgimento da Síndrome do Pânico.
  4. Temperamento Sensível ao Estresse: Pessoas com um temperamento ansioso ou que são particularmente sensíveis ao estresse podem ser mais vulneráveis a desenvolver ataques de pânico.
  5. Abuso de Substâncias: O uso de substâncias como álcool, drogas ou cafeína em excesso pode aumentar a vulnerabilidade aos ataques de pânico.

 

Conhecer os gatilhos que podem precipitar um ataque de pânico é fundamental para o manejo eficaz dessa condição. Se você identificar algum desses fatores em sua vida, é importante buscar orientação profissional para desenvolver estratégias de enfrentamento e compreensão.

 

Sindrome do Panico

 

Principais Sintomas da Síndrome do Pânico

Os sintomas da Síndrome do Pânico podem ser intensos e debilitantes, surgindo de forma repentina e sem aviso.  Os sintomas são tanto físicos quanto emocionais, e sua intensidade pode variar de pessoa para pessoa.

  • Palpitações ou Taquicardia: A sensação de que o coração está batendo muito rápido ou irregularmente.
  • Sudorese: Transpiração excessiva, mesmo em situações não quentes.
  • Tremores: Tremores ou sensação de fraqueza nas mãos e pernas.
  • Falta de Ar: Sensação de sufocamento ou dificuldade em respirar.
  • Dor no Peito: Desconforto ou dor no peito que pode ser confundida com um ataque cardíaco.
  • Náusea: Sensação de enjoo ou dor de estômago.
  • Tontura: Sensação de vertigem ou desequilíbrio.
  • Calafrios ou Ondas de Calor: Sensações alternadas de frio ou calor intenso.
  • Medo de Perder o Controle: Sensação de estar fora da realidade ou medo de enlouquecer.
  • Medo de Morrer: Sensação intensa de que algo terrível vai acontecer, como a morte iminente.

 

Quando você conhece os sintomas principais da Síndrome do Pânico, isso permite que você identifique um ataque, mas saiba que está enfrentando uma condição tratável e que pode ser controlada.

É fundamental lembrar que, apesar da gravidade dos sintomas, eles não são perigosos fisicamente. Procurar ajuda profissional pode fazer uma grande diferença no manejo dos ataques de pânico e na melhora da qualidade de vida.

Como Saber se você tem Síndrome do Pânico?

Identificar se você tem Síndrome do Pânico pode ser um desafio, especialmente porque os sintomas podem ser semelhantes a outras condições de saúde, tanto física, quanto mental/emocional. A sensação de medo intenso e os sintomas físicos que acompanham os ataques de pânico podem fazer você acreditar que está enfrentando um problema grave de saúde. Se você experimenta ataques de pânico frequentes e inesperados, acompanhados por um medo persistente de ter novos ataques, é importante considerar a possibilidade de estar lidando com a Síndrome do Pânico.

A melhor maneira de confirmar se você tem Síndrome do Pânico é procurar um profissional de saúde mental. Um Terapeuta pode realizar uma avaliação detalhada dos seus sintomas, histórico de vida e circunstâncias para fornecer um caminho  preciso.

Entender o que pode desencadear uma crise, é um dos principais passos para começar um tratamento eficaz e recuperar a qualidade de vida.

 

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Terapia no Tratamento da Síndrome do Pânico

A Terapia Psicanalítica é uma das abordagens mais eficazes no tratamento da Síndrome do Pânico. Diferentes formas de terapia podem ajudar você a entender a origem, os gatilhos e gerenciar seus ataques de pânico e assim reduzir a frequência e a intensidade dos sintomas.

Benefícios da Terapia no Tratamento da Síndrome do Pânico:

  • Identificação e Modificação de Pensamentos Invasivos: Ajuda você a reconhecer e mudar padrões de pensamento que contribuem para os ataques de pânico.
  • Desenvolvimento de Habilidades de Enfrentamento: Pode ensinar técnicas para lidar com o estresse e a ansiedade de maneira eficaz.
  • Redução da Sensibilidade aos Gatilhos: Através de estratégias controladas, diminui a reação de pânico a situações desencadeantes.
  • Apoio Emocional: Proporciona um espaço seguro para expressar sentimentos e  experiências atuais ou passadas, e receber suporte profissional.
  • Melhoria na Qualidade de Vida: Contribui para uma vida mais equilibrada e menos impactada pelos sintomas da síndrome.

 

Com a terapia pode ocorrer um alívio significativo dos sintomas e consequentemente uma melhoria na qualidade de vida. Com o apoio adequado, você pode desenvolver estratégias eficazes para enfrentar e superar os desafios da Síndrome do Pânico, e recuperar o controle sobre sua vida.

 

Ansiedade

 

Qual a Diferença Entre a Crise de Ansiedade e Pânico?

É comum que as pessoas confundam crises de ansiedade com ataques de pânico, pois ambos compartilham alguns sintomas. No entanto, há diferenças importantes entre essas duas condições que podem afetar a forma como você as gerencia e busca tratamento.

Crise de Ansiedade

Uma crise de ansiedade geralmente ocorre como uma resposta prolongada ao estresse ou a uma situação de medo. Os sintomas podem incluir inquietação, tensão muscular, fadiga e dificuldade de concentração. A ansiedade tende a se desenvolver gradualmente e pode ser acompanhada por preocupações persistentes sobre eventos passados, futuros, ou situações específicas. Em geral, a crise de ansiedade é menos intensa que um ataque de pânico, mas pode durar por um período mais prolongado e impactar a vida diária de maneira significativa.

Crise de Pânico

Os ataques de pânico são episódios súbitos e intensos de medo ou desconforto extremo. Eles aparecem de forma inesperada e aparentemente, sem motivos identificáveis e atingem o pico rapidamente, geralmente dentro de minutos. Durante um ataque de pânico, como já mencionado, você pode experimentar sintomas como palpitações, falta de ar, tremores e uma sensação de morte iminente e outros que podem ser característicos de cada pessoa. A intensidade dos sintomas é muito alta, e a crise pode durar de alguns minutos a meia hora. Os ataques de pânico são geralmente mais intensos, mas de curta duração, comparados às crises de ansiedade.

Diferenças Entre Crise de Ansiedade e Crise de Pânico

A principal diferença entre crise de ansiedade e crise de pânico é a intensidade e a duração dos sintomas. A crise de ansiedade tende a ser mais gradual e duradoura, com sintomas que se desenvolvem ao longo do tempo. Já a crise de pânico é súbita e intensa, atingindo um pico rapidamente e geralmente desaparecendo em um curto período. 

Como Prevenir Novas Crises

Prevenir novas crises de pânico envolve adotar estratégias para reduzir a frequência e a intensidade dos ataques. Essas estratégias podem ajudar você a lidar melhor com o estresse e a minimizar os fatores que desencadeiam os ataques de pânico.

  • Identificar e Evitar Gatilhos: Reconheça as situações ou estímulos que desencadeiam seus ataques de pânico e busque maneiras de evitá-los ou gerenciá-los de forma mais eficaz.
  • Praticar Técnicas de Relaxamento: Técnicas como respiração profunda, meditação e exercícios de relaxamento muscular podem ajudar a reduzir a tensão e a ansiedade, prevenindo crises.
  • Manter um Estilo de Vida Saudável: Uma alimentação equilibrada, exercício regular e sono adequado são fundamentais para manter seu bem-estar mental e físico.
  • Desenvolver Habilidades de Enfrentamento: Aprenda estratégias para lidar com o estresse e a ansiedade,  que possam ajudá-lo a enfrentar os pensamentos e comportamentos que contribuem para os ataques.
  • Buscar Apoio Profissional: Trabalhar com um terapeuta pode ajudar você a entender melhor sua condição. Entretanto, apesar de desenvolver estratégias personalizadas para prevenir novas crises, a terapia vai trabalhar em nível mais profundo, o inconsciente.

 

Adotar algumas estratégias pode reduzir significativamente o risco de novos ataques de pânico e ajudar você a manter um maior controle sobre sua vida. Implementar mudanças positivas em seu estilo de vida e buscar suporte adequado são passos importantes para gerenciar e prevenir crises de pânico de forma eficaz.

 

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Conclusão

Lidar com a Síndrome do Pânico pode ser desafiador, mas entender a condição e adotar estratégias eficazes pode fazer uma grande diferença na sua vida. Identificar os sintomas e buscar tratamento adequado são passos essenciais para gerenciar e superar os ataques de pânico. A terapia, junto com mudanças no estilo de vida e técnicas de enfrentamento, pode ajudar você a recuperar o controle e melhorar sua qualidade de vida.

Se você está enfrentando crises de pânico, é fundamental buscar ajuda profissional. Um especialista pode desenvolver um plano de tratamento personalizado para atender às suas necessidades. Não hesite em procurar apoio—com o tratamento certo e estratégias eficazes, é possível viver uma vida plena e equilibrada, livre das limitações impostas pelos ataques de pânico.

Autoria do Artigo

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Denise Brasil

Psicanalista; Terapeuta Integrativa; Gerente de Saúde Corporativa; Especialista em Dores, Depressão e Ansiedade